Uma visita ao Béla Bartók Memorial House

Béla Bartók nasceu em 25 de março de 1881, em Nagyszentmiklos (Hungria), um território que hoje faz parte da Romênia. Perdeu o pai (diretor de uma escola de agricultura) ainda muito jovem, com apenas 8 anos. Herdou da mãe a paixão pela música e pelo piano. Viveu em uma época tumultuada, marcada por guerras e ódio. Estudou piano e composição em Pozsony (atual Bratislava), com Ladislas Erkel e Erno Dohnâyi, na Hungria, na Academia Real de Música de Budapeste.

Em 1905 entrou em contato com a obra de Debussy e passou a se debruçar sobre a importância da música popular e folclórica. Passou a colecionar canções em inúmeras viagens pelas regiões rurais da Hungria.

Suas pesquisas se estenderam por toda a região da chamada Transilvânia, Romênia e Bulgária, incluindo viagens ao Egito a à Turquia, contribuindo amplamente para a compreensão das diferenças entre folclore musical e músicas ciganas, catalogando especificidades regionais que influenciaram largamente sua obra.

Bartók era também um colecionador de artigos artesanais. Conta-se que nunca utilizou um garfo sequer que fosse comprado em uma grande loja. Absolutamente todos os itens que compunham sua mobília e utensílios foram fabricados especialmente para ele, por artesãos da região. O compositor tinha especial apreço pelo estilo de bordados e pinturas da Transilvânia.

O Béla Bartók Memorial House em Budapeste

Trechos de tradução adaptada do site original do museu

http://www.bartokmuseum.hu/memorialhouse.html

A casa de renome na estrada Csalán, que guarda e promulga a memória do maior gênio da música húngara, foi construída nas faldas das florestas-colinas de Buda, em 1924. Nesses anos, o bairro, com jardins exuberantes e algumas poucas casas, era mais uma parte do que nós o chamaríamos hoje - um "distrito da proteção da paisagem", do que a capital ruidosa. O compositor, que não suportava o clamor da metrópole, o barulho das máquinas e dos motores e a natureza inquisitiva e curiosa das pessoas, encontrou uma casa ideal no bairro rico em ar fresco perfumado e tranquilidade, só quebrado pelo gorjeio dos pássaros. A partir de 1932, seria a última residência de Béla Bartók na Hungria. Agora, transformada em museu, mais precisamente, em memorial, guarda atentamente os pertences pessoais de Bartók e evoca regularmente seu espírito através de sua música.

Na comemoração dos 100 anos de nascimento de Béla Bartók, a antiga casa alugada foi parcialmente reconstruída e adaptada para receber o público. Na época, a renovação da casa de três andares foi realizada de acordo com os planos do arquiteto György Fazakas. No térreo, uma entrada que se alarga em um corredor foram feitos a partir da antigo acesso. Uma nova e espaçosa escadaria externa foi erguida, e uma sala de câmara íntima para concertos foi formada pela abertura dos quartos adjacentes no primeiro andar. Nos três quartos do segundo andar, onde Bartók viveu e trabalhou, o museu apresenta fotografias da vida do compositor e uma pequena parte de seus móveis e pertences pessoais, cuidadosamente protegidos por seus sucessores. A fachada da casa foi provida com ferro de grade construção com ornamentos de imitação de órgão tubos e com uma pequena porta, que não é utilizada.

Uma pequeno teatro de arena foi construído no jardim para concertos ao ar livre. Bem ao lado está a famosa escultura de tamanho real de Bartók, de Imre Varga, cujas reproduções podem ser encontradas em Paris e Londres.

Em 2006, a casa passou por novas transformações. As obras de renovação e ampliação do espaço de exposição permitiram que a casa recuperasse seu estado original, possibilitando a exibição dos móveis e objetos pessoais de Bartók, assim quase toda a propriedade material tornou-se disponível para os visitantes.

Como resultado da restauração do interior, a sala de concertos no primeiro andar recuperou suas janelas originais. Os móveis de Béla Bartók, originalmente pertencentes à casa, foram transferidos para os três quartos do segundo andar, quase no mesmo arranjo, como costumava ser no tempo de Bartók, registrados pelos desenhos de Péter Bartók que mostravam os arranjos da mobília. Foi criado um espaço de exposição no sótão, também baseado no design de Ágnes Virághalmy, onde os pertences pessoais de Bartók foram colocados em vitrines.

O espaço do memorial compreende ainda uma loja onde é possível adquirir CDs, DVDs e partituras. Todas as visitas são guiadas (em inglês) e não é permitido fotografar o interior do museu, apenas as áreas externas.

Para saber mais:

Leituras:

Uma biografia de Béla Bartók proposta por Renata Cortez

http://www.renatacortezsica.com.br/compositores/bartok.htm

Béla Bartók - Arquiteto do Nacionalismo Musical Húngaro (Paralelo entre Bartók e Stravinsky)

http://almanaque.folha.uol.com.br/musica_bartok_texto.htm

O Modo Simétrico da Coleção Acústica no Mikrokosmos de Béla Bartók

http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/ata/pos/Rodrigo%20de%20Carvalho%20Vasconcellos.pdf

Vídeos:

Béla Bartok : O Castelo do Barba Azul (Comentários da Philharmonia Orchestra - London, UK)